Congregação das Irmãs Franciscanas Penitentes Recoletinas de Oirschot

quem somos

“Ó Esposa das almas puras, ó Menino Jesus, formai-me em mim mesma.”

Madre Joana de Jesus

Aquela nova forma de vida religiosa, inaugurada pela Madre Joana, floresceu e difundiu-se rapidamente. É importante ressaltar, porém, que ao longo do tempo, esta obra tão querida por Deus, passou por mudanças e pela turbulência dos tempos, da sociedade e da Igreja, isso, frequentemente, em meio a dificuldades, sofrimentos e perseguições. Uma das grandes adaptações diz respeito, justamente, ao cerne do Carisma: o recolhimento e a contemplação.

Às vezes forçadas pelo poder público, o Estado; outras a pedido da própria Igreja ou inspiradas pelas necessidades sociais, as Irmãs tiveram que continuar recolhidas na contemplação e no amor a Deus, sim, mas, abrindo as portas dos conventos para sair e andar pelos povoados, vilas e periferias, dedicando-se ao atendimento das crianças abandonadas, aos pobres, doentes e marginalizados. Com isso, ou por causa disso, até o nome teve que ser alterado: de Ordem, isto é, de um Instituto de vida Contemplativa enclausurada, passou para uma Congregação de vida ativa devendo unir o modo de ser de Marta e Maria – isto é, somos Contemplativas e Ativas ao mesmo tempo.

Entre os acontecimentos que mais contribuíram para essa transformação e mais atormentaram nossa história, está a Revolução Francesa que, além de se apossar da maioria de nossos conventos, ousou também expulsar e massacrar muitas de nossas Irmãs. Depois de muito vagar, a Congregação chegou a Weert, na Holanda. Em 1797 foram forçadas a se mudar para Oirschot (Holanda) por causa de ataques dos franceses, onde foram recebidas com muita hospitalidade pelos habitantes do lugar. Lá permanecem até hoje, numa vida de contemplação unida à ação. Por isso, acrescentou-se no nome da Congregação a palavra Oirschot: Irmãs Franciscanas Penitentes Recoletinas de Oirschot.

Interpelação Missionária

Com o passar dos anos e devido aos apelos da Igreja, não se contentaram em servir ao Reino de Deus apenas no próprio país, no ano de 1926, impelidas pelo Espírito missionário e a pedido do bispo Dom Serafim Gomes Jardim e do vigário geral da diocese de Araçuaí, Minas Gerais, Frei José de Haas e seis piedosas Irmãs holandesas, movidas pelo ardor missionário de Francisco e de Madre Joana de Jesus, partiram para o Brasil. No princípio entregaram-se de corpo e alma à formação humana e cristã das jovens para as quais fundaram o então Colégio Nazareth, na cidade de Araçuaí, tido por todas as Irmãs como sua casa-mãe no Brasil.

Com o passar dos anos, algumas Irmãs começaram a dedicar também à enfermagem e ao cuidado dos mais pobres e necessitados. Com a abertura da Igreja ao mundo, proporcionada pelo Concílio Vaticano II e pelos bispos da América Latina, as Irmãs começaram a marcar presença em outras frentes de missão. Foram deixando os grandes conventos para morar em pequenas fraternidades inseridas no meio do povo.
Hoje, nossa presença se dá não apenas nas escolas onde procuramos lançar a semente do Evangelho no coração das crianças e dos jovens através de uma educação assentada nos princípios e valores humanos e cristãos, mas também nas paróquias e vilas, colocando-nos à disposição dos doentes, pobres abandonados e jovens.

Atualmente, a Congregação tem voltado os olhos e o coração para o cuidado e a atenção à qualidade de vida das pessoas, sobretudo das mulheres em situação de fragilidade.

MISSÃO

Nossa missão hoje é entrar no rio da Fundadora – Madre Joana de Jesus, ou seja, na contemplação, no recolhimento, na oração e na penitência e andar pelos seus caminhos na realidade que o mundo apresenta. Colocar nossas energias corporais, nosso tempo, nossa vida a serviço do povo, dos excluídos, especialmente, da mulher em situação de fragilidade, ouvir seus gritos e compartilhar de suas dores como discípula/missionária Penitente Recoletina. Em constante “saída” – travessia, buscar sempre a compaixão e a libertação, atentas aos sinais dos tempos, aos apelos da Igreja e às inspirações do Espírito Santo.

CARISMA

É um dom de Deus.
É um fragmento da graça de Deus no tempo.                                                                                       
Ele tem a direção como um rio.                                                                                                                  É um desejo que exige uma resposta no contexto eclesial e social.

O legado, a herança (Carisma) que Madre Joana de Jesus deixou para as suas filhas, Irmãs Franciscanas Penitentes Recoletinas, foi o de viver como uma mulher escolhida e consagrada, sedenta do absoluto de Deus, amante da Paixão de Jesus Cristo, no seguimento radical, gratuito e livre como resposta ao dom da vocação num processo contínuo de conversão e de recolhimento. Em memória dos seus passos, a exemplo de Jesus Cristo pobre e crucificado, são chamadas a assumir com ternura e vigor o cuidado da mulher em situação de fragilidade no resgate de sua dignidade, carisma específico de sua vocação.

Vocação À vida consagrada

A vida consagrada é um modo de ser cristão que busca radicalizar a experiência de Deus sempre a serviço de uma missão evangelizadora.
Esta vocação se realiza na adesão ao projeto de Deus através do seguimento de Jesus. É uma resposta de amor radical, livre, uma resposta a Deus que chama a uma consagração especial de vida, por amor e para o amor. Nela, a jovem deixa tudo por causa de Jesus Cristo (pobreza); ama somente a Deus e, Nele a todas as pessoas (castidade); deixando-se guiar amorosamente na busca e realização do projeto de Deus (obediência).

O fundamento da Vida Religiosa Consagrada consiste no tripé:

  • Experiência forte e duradoura de Deus no cotidiano;
  • Esforço para aprender a conviver em comunidade;
  • Espírito de serviço, na gratuidade do dom de si numa clara perspectiva eclesial.