Congregação das Irmãs Franciscanas Penitentes Recoletinas de Oirschot

GRATIDÃO E PERSISTÊNCIA – 400 ANOS DE HISTÓRIA

IRMÃS FRANCISCANAS PENITENTES RECOLETINAS DE OIRSCHOT

Introdução

Acredito que a palavra mais acertada para este momento histórico, nesta trajetória de 400 anos da Congregação é a palavra GRATIDÃO. Sentimento profundo que inunda nossos corações por tudo o que Deus tem feito no decorrer destes anos.

Aquele pequeno riacho de águas cristalinas que nasceu em Limburg, na Bélgica, correu pela Holanda e transbordou no Brasil. Este riacho tornou-se, com o tempo, um rio caudaloso, transbordante em algumas épocas, em outras mais conturbadas, tornou-se um córrego com muita areia no meio das pedras. Mesmo assim, ele não deixou de correr, de levar a sua água a outros horizontes. Como diz José Tolentino Mendonça em seu livro Elogio da Sede:

No meio da rocha que somos, pode nascer uma improvável flor: e no meio do deserto sequioso que trazemos, correr um rio; e no fundo da pesada noite que nos trava, pode irromper uma luz. Porque Deus não desiste de dizer a toda vida – à nossa vida – que ela é querida e bem aventurada. Essa é a sede de Deus (MENDONÇA, 2018, p. 145). 

Este rio que representa a nossa Congregação, matou a sede e continua saciando muita gente ao longo do seu curso.

As estações, nestes 400 anos de história, foram as mais variadas possíveis. No entanto, a fonte não estancou… Ela continua viva, jorrando, borbulhando transportando o frescor da água que mata a sede, sacia apesar da distância do território e do tempo.

Não se calcula o número de pessoas que já provaram desta água cristalina. Este rio fez germinar as sementes do bem no campo da educação, da saúde, no âmbito social e na evangelização em diversos cenários e contextos no seu itinerário cuja nascente é Gand na Bélgica.

O Papa Francisco nos motivou no Ano da Vida Consagrada a: ‘Viver o passado com Gratidão, viver o presente com Paixão e abraçar o futuro com Esperança’. Para nós, celebrar esse jubileu de 400 anos de existência da Congregação, é saborear a gratuidade de Deus. Esse tempo jubilar significa tempo de Gratidão, às coisas, os fatos, tudo é pura gratuidade do Criador. Como o salmista queremos dizer que a bondade do Senhor é para sempre e sua fidelidade se estende pelas tempos (Sl 100, 5).

Só quem volta à origem é capaz de descobrir a razão do primeiro amor, é capaz de fazer memória, reviver, resiginificar, acolher e agradecer. Portanto, celebrar 400 é fazer memória, voltar no tempo, reviver com gratidão, acolher com alegria e alimentar a esperança na fidelidade de Deus que nos conduziu nestes tantos anos de caminhada que nos guiou neste vasto caminho e que prosseguirá a nos conduzir, pois, segundo o Profeta Jeremias, “há uma esperança para o teu futuro” (Jr 31, 17). Esta esperança é que norteia a nossa vida e nos leva a dar novos passos regando a flor do nosso viver e da nossa missão.

A Fundadora, Joana, A Fina Flor da Bélgica

O que chegou até nós através dos escritos das primeiras Irmãs é que Joana Baptista de Neerinck era proveniente de uma família próspera, católica de Gand (Bélgica). Seus pais eram honestos e distintos. Irmã Joana aprendeu desde menina as virtudes cristãs, a mãe era um verdadeiro espelho que refletia a busca de santidade.

Joana queria o quanto antes participar da eucaristia, mas, precisou esperar o momento oportuno, pois era muito nova. Revelou grande devoção para com a Virgem Maria e a Eucaristia. Aos poucos ela foi confeccionando um “colar’ com  pérolas dos pequenos sacrifícios que aprendeu a fazer.

Nos escritos sobre a Venerável Madre Joana de Jesus percebemos que,

Desde pequena, Joana demonstrou ser caridosa, amiga do silêncio e dos pobres. Segundo o livro Vida da Venerável Madre Joana de Jesus: “Sua infância transcorreu inocentemente, conduzida por seus pais que cuidavam de forma-lá nos bons costumes e no temor de Deus, princípio da verdadeira sabedoria” (MARS, 1988, p. 3).

logo que atingiu a idade da razão, Deus cumulou-a com as mais doces bênçãos, inspirando-lhe o desejo de deixar o mundo e de ser religiosa, a fim de entregar-se inteiramente a seu serviço do seu amor. Para isso, muito contribuíram sua boa educação e o bom exemplo dos pais, que a mantinham afastada das ocasiões que poderiam ter enfraquecido as primeiras inclinações de um bom espírito e impedido as operações da graça divina (MARS, 1988, p.3).

As guerras eram muito frequentes naquele tempo por causa das religiões entre o poder do Imperador Philippe II e os outros monarcas da Europa (católicos e protestantes). Foi um tempo de muita violência e pobreza.

Joana crescia neste ambiente. Não sabemos, portanto, até que ponto estes revesses sociais tiveram influência na sua vida. Por causa das guerras, ela bem cedo perdeu os pais, tornando-se órfã. Mesmo assim, não perdeu suas características singulares de acolhimento, ternura e beleza interior.

Como diz frei Martial Lekeux no seu livro: Madre Joana de Neerinck, “Era rica, mas já então desprendida das riquezas. Estas tinham uma única razão de existir: servir para aliviar os pobres. Esta foi sua ocupação cada dia: Tornou-se uma providência para os infelizes. Com um tato especial, advinha seus sofrimentos e sofria realmente com eles” (LEKEUX, p. 12).

1 – Caminho Vocacional

Mesmo sentindo a sede do infinito, o desejo de consagrar-se a Deus, decidiu primeiro cuidar do seu irmão e só mais tarde, aos vinte e oito anos de idade é que deu um passo na realização do seu ideal.

O desejo de consagrar-se a Deus era uma realidade clara para Joana de Neerinck. Ela queria doar-se por inteira ao Senhor. Mas qual o caminho a seguir? Nos seus momentos de silêncio e intimidade com Deus no seu quarto ou nas várias igrejas por onde andava, permanecia horas a fio diante do tabernáculo adorando, pedindo luzes para o seu discernimento, para saber qual o carisma a seguir, qual o caminho a trilhar.

Os desígnios de Deus são insondáveis… O seu coração só apaziguou quando sentiu uma profunda inspiração através da visão de um frade franciscano que passou em frente á sua casa, silencioso e com aparência seráfica, ela pensava que ele viesse pedir esmola. No entanto, o frei desapareceu misteriosamente. Joana considerou este fato como verdadeira inspiração divina. As dúvidas dissiparam-se, seria franciscana…

Ela capta esta mensagem e não tarda a colocar-se a caminho… Procura as Irmãs Cinzentas que viviam em Gand, sua cidade natal. Era uma Congregação da Terceira Ordem de São Francisco cujo carisma era ajudar os pobres e doentes. As Irmãs mantinham muitos contatos fora do convento.

Na vivência concreta do dia a dia, Joana sente que este não é o seu desejo mais profundo. O gosto pelo silêncio, a meditação e a contemplação falam mais alto.

Neste tempo da contra reforma versus reforma, crescia o interesse pela espiritualidade dos padres Recolectos (Franciscanos). Padre Marchant era o diretor espiritual de Irmã Joana e dentro dela nascia a ideia de fundar uma congregação contemplativa onde pudesse seguir Jesus, viver o seu Espírito antes de tudo com uma vida de oração, e, numa clausura renunciando a vida que levava no mundo, vivendo exclusivamente para Deus. Assim amava a oração e não encontrava alegria maior do que entreter-se com Deus. Desde os primeiros anos de profissão, teve inclinação pela clausura. Isto fazia com que fugisse do contato e conversas com as pessoas de fora e só saísse do mosteiro por dever de obediência.

2 – Aurora de Novos Tempos

Já dizia Santa Tereza de Ávila que tudo na vida passa… O sofrimento da Irmã Joana no convento das Irmãs cinzentas também passou… Graças ao incansável apoio do padre Marchant, que viu na Irmã Joana um grande potencial para a vida contemplativa, não mediu esforços para possibilitar a realização do seu ardente desejo de viver em profunda oração e comunhão com Deus.

Padre Marchant conseguiu um imóvel, uma propriedade em Limburg (Bélgica). Ele encarregou Irmã Joana de escolher as companheiras que atendesse ao perfil de uma vida reclusa. Ela escolheu apenas quatro Irmãs, aquelas que já estavam firmemente decididas. A partida se deu no dia 19 de setembro de 1623. A viagem era longa, mas seus corações estavam tomados de alegria.

3 – O Surpreendente Aconteceu

Inacreditável! Na manhã do dia 21 de setembro daquele  ano (1623), a tão sonhada clausura foi instalada. As Irmãs podiam intensificar a mística e a oração como fontes para redefinir a sua consagração total a Deus. Pois, a oração é uma atitude permanente de vida, de escuta à vontade de Deus e era isto que elas buscavam no mais profundo do seu ser.

Madre Joana foi nomeada pelo padre Marchant como Fundadora da Ordem nascente das Penitentes Recoletinas: penitencia e recolhimento, sacrifício no amor. Este nome exprimia exatamente o ideal de Madre Joana e as características de sua Fundação.

Como descreve Frei Martial Lekuer, estas foram as palavras de Madre Joana  naquele momento marcante:

Ó minhas Irmãs, disse ela ás companheiras, eis chegado o dia tão desejado de servir totalmente a Deus. Eis-nos no doce retiro que procuramos com tanto ardor. A escravidão do Egito terminou, os laços com o mundo foram rompidos. Eis-nos livres de tudo que podia nos afastar do enlace com o Cristo. O Esposo nos conduziu a esta cara solidão para falar a nosso coração. Esta casa deve ser para nós um céu: na pobreza, na castidade e na paciência, Jesus será nosso único amor. Eis que todas as coisas são novas; devemos morrer ao mundo, a nossas paixões, a tudo, para que nossa vida seja escondida em Deus com Jesus Cristo (LEKEUX, 1977, p. 58).

As Irmãs, não só mudaram o estilo de vida, mas também de nome significando a ruptura com o mundo de então. Irmã Joana de Neerinck, recebeu o nome de Joana de Jesus. O nome que dizia sua alma: Joana De Jesus. Este ‘possessivo’ a  encantava. Joana que pertence a Jesus, que é toda de Jesus.

Era grande a influência do Concilio de Trento naquela época. Podemos perceber pelo livro Caminho Real do Amor Divino (orientações de Madre Joana às suas Irmãs). O seu objetivo era a perfeição, uma tentativa para experimentar Deus dentro de si por meio de orações, meditações, nos encontros com as outras Irmãs ou pessoas.

Receberam do padre Marchant, a Regra da Ordem Terceira de São  Francisco de Assis como também as Constituições onde dizia: “Vossa Reforma…  está fundada sobre a pureza de coração, a pobreza de espírito, a caridade mútua, mortificação do corpo. Estas Constituições não vos ensinam outra coisa; e as armas da Paixão dolorosa de Cristo, que trazeis sobre o peito, vos convém” (LEKEUX, 1975, p. 59).

O mosteiro era fechado e a comunidade teria poucos contatos com as pessoas de fora mesmo assim, exerciam o apostolado de intercessão pelos sofrimentos que assolavam a humanidade através dos pedidos de orações, conselhos e orientações. A espiritualidade das Franciscanas Penitentes Recoletinas tinha grande influência na região.

Madre Joana fundou outros mosteiros, algumas comunidades já existentes na época assumiam a sua espiritualidade e com o tempo, formou a “União de Limburg” que teve rápido crescimento devido á entrada de muitas Irmãs e muitos mosteiros que aderiram à mesma espiritualidade. As vocações floresceram com o perfume exalado pelas Penitentes Recoletinas da época.

Madre Joana veio a falecer em 26 de agosto de 1648, com a idade de 72 anos.

4 – As travessias na Vida das Penitentes Recoletinas

As águas nem sempre foram tranquilas para as Irmãs. Desde o tempo de Madre Joana, houve inquietações no cenário político e social. Havia invasões guerras, conflitos e isso gerava sofrimento para o povo e para as Irmãs. Elas precisavam adaptar-se a cada nova situação.

Com a Revolução Francesa, a travessia tornou-se mais longa e mais difícil. O patrimônio foi confiscado. Em 20 de março de 1797, as Irmãs foram expulsas de Weert (Bélgica). Mediante uma delas, arranjaram refúgio temporário em Oirschot (Holanda). Alugaram uma casa geminada. A outra metade funcionava um bar. Eram proibidas de expressar sua real identidade de religiosas e de receber novos membros. Só mais tarde, com a ajuda de benfeitores, conseguriam alugar outra casa em outra rua.

A travessia era incerta, dependia de quem assumia o governo daquelas terras dos países baixos.

Em 1801, a pressão tornou-se mais forte ainda. As Irmãs tinham de esconder a sua vida contemplativa para o mundo de fora e não podiam usar as vestes religiosas, quando a vila estava dormindo um sono pesado, elas rezavam, vestidas de hábito, às matinas (Cf. MONTEIRO, 2002, p. 43-44).

Com o passar do tempo, as águas se agitam também na forma de vida das Irmãs. A tão sonhada vida contemplativa proposta por Madre Joana entra em questionamento. Pois, para sobreviver as Irmãs acabaram modificando o ritmo da vida. Cuidavam do pensionato, do ensino dos pobres.

A combinação de trabalhos de caridade com a máxima atenção à espiritualidade era para muitas Irmãs um grande desafio. Era, na verdade, uma jornada diária dupla. Demoravam a se acostumar, mas depois o retorno era imenso. Pelo fato de continuarem o que Francisco começou, surgiu uma profunda e rica compreensão na vida da comunidade das Irmãs.

5 – Sopro da Missão

Ao longo dos tempos a Congregação passou por algumas mudanças, tendo de se adaptar às exigências oriunda de cada momento. Assim, percebemos que

no decorrer do século dezenove, haviam desenvolvido uma inclinação para a vida ativa, tinham cultivado, com rigor, o caráter essencialmente contemplativo de sua comunidade. Estavam convictas, que a essência da própria identidade religiosa era contemplação. Por isso, se apegavam a uma separação severa e imutável entre o convento e o mundo. Vários pedidos para se estabelecerem numa região missionário tinham sido negados (MONTEIRO, 2002, p. 277).

O Senhor Clama

O clamor missionário do bispo da diocese de Araçuaí, Dom Serafim Gomes Jardim acompanhado do seu vigário geral, Pe. Frei José de Hass que era holandês, chegou aos ouvidos das Irmãs e por sopro do Espírito Santo, elas acolheram o pedido e após algum tempo para reflexão deu-se início ao processo de seleção para as missionárias para o Brasil.

Para surpresa do Governo Geral, muitas Irmãs responderam: “Eis-me aqui Senhor, envia-me”. Foram escolhidas seis Irmãs, que seriam as pioneiras na aventura missionária: Aquilina, Amália, Angélica, Beatriz, Boa Vida e Guilhermina.

As missionárias partiram para uma nova terra sabendo que nunca mais podiam voltar à sua pátria. Depois de longa e cansativa viagem de navio até o Rio de Janeiro, de vapor até Caravelas, BA, de trem de ferro até o povoado de Queixada, pois, devido às chuvas o trem não poderia chegar ao destino em Araçuaí – MG. Daí em diante, seguiram a cavalo onde foram acolhidas com alegria pela Igreja e pelo povo no dia 23 de abril de 1926. O velho mundo ficou para trás e nova vida se inicia, numa realidade pobre, desprovida de recursos econômicos e sociais onde estão os preferidos de Deus.

Como não havia escola para as meninas, as Irmãs iniciam o Colégio Nazareth com o apoio das senhoras da cidade que lhes ensinavam o português e elas transmitiam para as alunas. Aos poucos, este colégio se transformou num internato que acolhia crianças e jovens (moças) de toda a região do Vale do Jequitinhonha. A vida religiosa da Holanda foi transplantada para o Brasil carregando a tradição das Recoletinas de além-mar (mesmo hábito, forma de oração e trabalho) embora o contexto fosse diferente. Porém, o resultado foi surpreendente.

A missão no Brasil é contagiante. No ano seguinte, chega o segundo grupo de Irmãs para iniciar o Colégio São Francisco em Teófilo Otoni-MG. Depois de alguns anos percebe-se que a ação profética das missionárias holandesas juntamente com as primeiras Irmãs brasileiras no Campo da Educação consistiu na expansão cultural, abrindo horizontes e possibilidades para a mulher do interior (meninas e moças) exercer sua função social na sociedade, uma verdadeira libertação…

Do Vale do Jequitinhonha, surgiram professoras, catequistas, médicos, advogados… pessoas influentes como pequenas faíscas a iluminar a realidade da região, do Estado e porque não dizer, do nosso país.

Com o passar do tempo, novos horizontes vão surgindo, em  1950, as Irmãs atendem a demanda na área da saúde, ampliando a missão. Começaram a trabalhar na Caridade (hospital de Araçuaí) no Pronto Socorro Policial em Belo Horizonte, mais tarde no hospital Felício Rocho, entre outros.

Graças ao Concílio Vaticano II, as Irmãs assumem nova modalidade de vida partem para a inserção nos meios populares (1968).

Com relação às vocações, as sementes começam a brotar. As primeiras vocacionadas vão para o noviciado na Holanda. Mas com a explosão da Segunda Gerra Mundial no ano de 1939, não é possível mais enviar formandas para o outro lado do mar. Com a invasão da Holanda em 1º de maio de 1940, o Brasil ficou completamente isolado dos contatos com a Casa Mãe.

Em 1942, Dom José Maria Pires dirigiu-se a Roma, pedindo licença para se criar o noviciado no Brasil a autorização foi concedida no dia 03 de outubro do mesmo ano. O noviciado recebeu o nome de Monte Alverne.

O Senhor envia para servir

A vida é dinâmica, no decorrer da carruagem, tanto as Irmãs holandesas quanto as brasileiras, percebem a necessidade de melhor organizar-se para melhor servir o povo de Deus.

A porção de Irmãs no Brasil se torna Distrito em 1944. Em 1974 se torna Vicariato Provincial e se torna Província em 1990. A Província Brasileira sempre esteve em sintonia com a caminhada do Governo Geral na Holanda.

A vida não pára. O processo de envelhecimento em toda a Europa é notário e não é diferente para a nossa Congregação. Depois de muitas reflexões, tensões, consensos e buscas chegou-se a decisão de que seria mais promissor transferir o Governo  Geral para o Brasil. Isto se deu em 23 de julho de 2002. Uma caminhada nova com as mesmas raízes regadas pelo manancial da Fundadora Madre Joana de Jesus que por sua vez descobriu em Francisco de Assis o modelo de espiritualidade para seguir Jesus Cristo pobre, humilde e crucificado. Unidas na busca pela fonte de sua herança espiritual.

Nesta busca das origens, da fonte originária, a Congregação passou pelo processo de clarificação do Carisma. Nos anos de 2010 – 2014 renovando o Espírito da nossa querida Fundadora, atualizando o Carisma para os dias de hoje: A Irmã Franciscana Penitente Recoletina assume com ternura e vigor o cuidado da mulher em situação de vulnerabilidade no resgate de sua dignidade, Carisma específico de sua vocação.

O caminho da Persistência gera gratidão

Como um rio que corre, corta e entre-corta planíceis, penhascos e encostas, correndo em direção ao mar, assim a Congregação em todos os tempos busca intensificar a mística que impulsiona o nosso caminho como fonte de inspiração para viver o ideal do Reino.

Nesta celebração do jubileu dos 400 anos de histórias, queremos usar a criatividade para criar, reinventar, encontrar saídas para que o Carisma herdado de Madre Joana continue atual, iluminado a realidade de hoje na dinâmica da mulher em situação de vulnerabilidade social. Cultivando sonhos de freternidade, sendo sinal de esperança que nos lança para frente, para novos horiozntes que certamente serão descortinados.

Partilhando a alegria de Ser Irmã Franciscana Penitente Recoletina reconhecemos que a Gratidão é o segredo que nos mantém com ternura e vigor descobrindo sempre as sementes que nos fazem renovar a força e a energia no seguimento de Jesus Cristo.

Com os passos dados há tantos anos, sentimos que a estrada se faz ao caminhar e que não é possível remodelar o passado para reconstruir o presente, mas é possível ressignifiar o presente para re-escrever o passado.

É com muita alegria que percebemos que a gratidão é o segredo para uma vida com persistência, gratidão pelas coisas boas e pelos desafios que foram contornados nestes 400 anos de construção, de caminhada, de história. Também pelas coisas que se tornaram lições de vida no decorrer destes anos. Gratidão é perceber Deus em tudo.


Irmã Ana da Glória Alves Rolim
Congregação das Irmãs Franciscanas Penitentes Recoletinas

Bibliografia

LEKEUX, Martial. Madre Joana de Neerinck.“Uma apóstola da contemplação. Uma contemplativa empreendedora”. Editora São Vicente: Belo Hrizonte, [1975?]

MARS, Simon. Vida da venerável Madre Joana de Jesus.Congregação das Irmãs Franciscanas Penitentes Recoletinas de Oirschot: Belo Horizonte, 1988.

MENDONÇA, José Tolentino. Elogio da sede.São Paulo: Paulinas, 2018.

MONTEIRO Marit. Vida, Amor e Oblação. História das Irmãs Franciscanas de Oirschot. Uitgeverij Verloren Postbus: Oirschot, 2002.

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